quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Profissão perigo



Profissão perigo, digamos que seja um termo mais carismático para definirmos um policial, que muitas vezes também tem família, mas trabalha na incerteza de que vai chegar vivo em casa, no final do expediente. Profissão perigo, não, profissão do capeta, mesmo. Pra mim, um profissional que ganha pouco mais de 3 salários para arriscar a própria vida e a de outros não deveria ter algo a perder. Imagina o psicológico do cara, sabendo que a qualquer momento poderá morrer ou matar alguém que nunca viu na vida, pela profissão; sendo que este alguém também tem a sua família, apesar de estar fazendo o que não deve. Fora as inimizades que ele acumula no decorrer da profissão, colocando a vida dele e de familiares em risco. Mas, polícia é um mal necessário, assim penso eu. Se tá ruim com ela, poderia estar pior sem ela. Quando me inscrevi num concurso para Policial Militar, no comecinho da década de 90, minha mãe até fez promessa para eu reprovar (eu era católico, na época). Felizmente a extinta Fepasa me chamou primeiro e fui muito feliz durante os meus 5 anos auxiliando no transporte ferroviário. Já um amigo meu, que foi aprovado no concurso da PM, teve a infelicidade de ter que matar um bandido para não morrer. Depois disso ele foi expulso da corporação, as coisas não deram mais certo pra ele e, em poucos minutos de conversa, já dá para perceber que ele não é mais o mesmo antes de entrar na PM. Acho que muita gente entra pra polícia por falta de opção de emprego. Se, na época do concurso, eu tivesse entrado, iria estudar o suficiente para conseguir um emprego melhor. Morrer pela farda não é vantagem. Quem sofre, depois, é a família.
Espero que todos entendam que essa é só a minha opinião.

http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/10/policial-militar-e-baleado-e-morre-apos-ataques-carros-fortes-em-aguai-sp.html