quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Vergonha na Cara

Quando criança eu freqüentava a casa de um tio para brincar com meus primos e assistir televisão à cores; coisa que na década de 70 não se via em casa de pobre. Lembro que, quando chegava a hora da janta, meu tio desligava a TV na minha cara e mandava eu ir embora. Por causa disso, perdi o hábito de freqüentar a casa dele. Mesmo assim, nunca deixei de gostar dele. O tempo passou e eu nunca mais voltei na casa desse tio. No final da década de 90, quando eu já estava bem grandinho, ele me parou na rua, me pedindo para levar meus filhos na casa dele, para a tia ver. Nem fui, já que a distância entre a minha casa e a da dele era a mesma da dele para a minha. Hoje, ele e meus primos devem achar que sou um cara orgulhoso que nem liga para o tio. Fiquei como o ruim da história, mesmo estando com a razão. Se eu contar o motivo de não ir na casa dele, sei que eles não vão gostar, nem se lembrar. Então, deixa como ta. Como já disse um ditado, “quem bate esquece; quem apanha, não”.